quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Bagaceiro errante


Está um frio que corta pensamentos, nesta manhã sorridente. E pelo facto, entro numa pastelaria cheia de sonhos. Escolho um e peço um café, enquanto sacudo a manta que me arrefece. Subitamente, surge do meu lado direito um magricela, “Um tirinho, senhor”, a exigir ao funcionário. De nariz nervoso, o bom homem pega numa garrafa e despeja um liquido pestilento num copo, “Basta cheio”, atira-lhe o desdentado, “Aqui está”, e coloca-o sobre o balcão. E sem que nada fizesse esperar, arremessa todo o conteúdo à boca, num gesto de bagaceiro errante.

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