sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

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Esta é a história de uma amizade que começa em 1987, quando o narrador, um jovem aspirante a romancista, parte para uma universidade do Midwest norte-americano e conhece Rodney Falk, um veterano do Vietname, intratável, ferozmente lúcido e corroído pelo seu passado. Mas esta é também a história de uma experiência radical no abismo indecifrável do mal e da culpa, que o narrador apenas conseguirá compreender e assumir anos mais tarde, como uma fulguração, quando conhece o sucesso e o que ele acarreta de corrupção. Será então que a figura vaga (confusa, imprecisa) de Rodney e a sua história devastadora acabam por se impor com a força e a emergência do necessário, como um marco da sua própria história e da própria condição humana.
Com uma escrita de uma transparência enganadora e um enredo que não dá tréguas ao leitor, A Velocidade da Luz esquadrinha a nossa capacidade ilimitada para causar estragos, a infinita estupidez da guerra e a infinita estupidez do êxito, mas, e sobretudo, o poder definitivo da literatura para enfrentar a realidade e os seus demónios.

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