O trio maravilha passeia-se pela cidade e cumprimenta, com o chapéu, todos os desconhecidos. Alguns deles dão asas aos lábios porque o gesto dentro daquela indumentária alcança a comédia. Mas a sinfonia azeda que advém daí não lhe retira a simpatia. Por fim, a noite cai. E as ruas perdem uma amostra da bondade.
segunda-feira, 29 de junho de 2015
quarta-feira, 24 de junho de 2015
ORGÂNICO - Poesia
Alguns comentários à obra:
Resenha de leitura do livro de poesia "Orgânico"
Comentário de "uma leitora atenta, que não conhece nenhum dos envolvidos nesta publicação, e comprou o livro através do Facebook"
Comentário de "uma leitora atenta, que não conhece nenhum dos envolvidos nesta publicação, e comprou o livro através do Facebook"
"quanto ao poeta mais novo, Silvio Silva, me surpreendeu pela poética inovadora que, situando-se no presente, nos abre caminhos de futuro. Para lá da preocupação social revelada num “tom inconformista” no dizer do prefaciador, Dr. Luís Quintino, Sílvio Silva, revela uma enorme preocupação pela arte de dizer, recorrendo a imagens e metáforas onde cada palavra é um signo indissociável do seu significante e significado, remetendo-nos para leituras várias e contundentes: “a penúria levantase/ergue-se a fome”, “os olhos fazem chuva/a morte tritura-lhe a mente”, “a meio do vidro/há um clamor gordo”, “olhos largos/ouvidos abertos/bocas impacientes”, palavras carregadas de sentidos, que fora do contexto podem parecer absurdas, mas contextualizadas no espaço dos poemas ganham força e interpelam o leitor. Como diz Blanchot: « Écrire, c’est entrer dans l’affirmation, c’est se libérer au risque de l’absence de temps où règne le recommencement éternel.»/Escrever, é entrar na afirmação, é libertar-se do risco da ausência do tempo onde reina o recomeço eterno. Maurice Blanchot, “L’Espace Littéraire”, Éditions Gallimard, 1955 "
segunda-feira, 15 de junho de 2015
NOITE
Há um abraço apertado a unir monstros pretos que estão na pele dos corpos. Perto disso estão olhos duros, que vertem ciúmes para cima do rosto. Em frente, uma rua. Uma rua sem carros nem pernas, porque o relógio tem dedos em números nocturnos.
quarta-feira, 3 de junho de 2015
RUA
No centro da rua estão motores empenhados. Perto deles estão cabeças a gritar. Felizmente, o vidro esconde uma parte dos nervos.
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