quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Amizade


A máquina de botões desliza a minha pressa no alcatrão que boceja. Porém, numa recta, junto a uma estação de serviço, reduzo a minha aflição até a estancar ao pé do vendedor de fruta, que bufa ventos nórdicos do corpo, “É o costume, caro amigo”, “Sim, sim, o costume”, e pousa-me um saco de maças nas mãos frias, “Quanto lhe devo?”, deixa cair um sentimento, “A tua amizade sentida”, atiro os cantos da boca para o paraíso, “Trouxe-lhe uma garrafa de aguardente”, e abraçamo-nos como infantes.

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