A chuva tropeça na calçada e os cães amarrotam as sombras dos cantos. No castelo de tijolos, mesmo defronte às vaidades dos cemitérios, dois homens encolhem-se no rés-do-chão, espreitando a medo as lufadas da tempestade, que fustigam a cidade há meses. Mas sem que nada fizesse prever, atiram as roupas para o cesto das cascas e colocam a natureza a baloiçar na praça despenteada, como se agarrassem a liberdade dos legisladores.
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