quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Trabalho para alguns


Na mesa do café, o patrão com um balão proeminente na cinta pousa um copo de fino. O cliente, um homem com uma cara de esqueleto, a esburacar a crosta suja das narinas, agarra-o e entorna o liquido pela goela abaixo como um esfomeado. Depois, com a maior das calmas, pousa-o na mesa. E diz, “Preciso de um emprego”, o patrão volta-se e olha-o, “Oh amigo, eu estou a precisar de um funcionário”, “Trabalha-se no fim-de-semana?”, pergunta-lhe, fechando o olho esquerdo, “De quando em quando, será necessário”, liberta a pressão sobre o olho e sorri, “Então esqueça”.

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