segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O BAQUE DA SOLIDÃO


Depois do almoço encosto a cabeça na única praça da cidade. Como eu, outros ensonados atiram também os seus corpos para o descanso, como se mastigássemos algumas coragens para o trabalho, que virá daqui a pouco. E juntos, abraçamos um silêncio muito imaculado, apenas interrompido pelo chilrear dos ...pardais, que se passeiam por entre os ramos das árvores. Subitamente, numa melancolia de um moribundo, um indivíduo encosta o corpo na estátua do rei, implantada no centro da praça, “A solidão é uma arma que nos mata lentamente”, brame grotescamente. Entreolhamos os nossos mistérios, através de olhares muito intensos, no mesmo instante que o baque muito rouco recompõe o silêncio.

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