
Num adeus pouco chorado, a marginal desprega-se do asfalto para cobrir-se com pernas carregadas de escuridão, que dançam a samba da sedução, enquanto que as gaivotas sobrevoam o infinito em ziguezagues muitos recortados, libertando de quando em quando a diarreia que um peixe podre lhe provocou. Que depois de um voo vertical, a massa pestilenta explode nas cabeças distraídas.
Os infelizes, a escorrerem a vergonha no corpo, esbracejam impropérios para os sorridentes voadores, como se fossem fantoches a digladiarem-se na guerra. Eu, com os glúteos sentados num banco pensado pelo Siza, gargarejo gargalhadas que nem o mais feliz, quase agarrado ao descuido de um tombo.
Por fim, tudo evapora-se, ficando a monotonia dos gestos a namorar o presente e os bramidos de um cigano, que tenta vender bugigangas que lançam bolinhas de sabão para o ar. Num deles, talvez no mais sentido dos berros, uma criança lambe com o olhar o plástico colorido, agarrando-se na borda do carrinho metálico e dizendo, “Mãe, quero um”. Os pais travam a velocidade alucinante dos passos e espreitam-no de soslaio, “Está bem, escolhe um”. O pequeno infante olha, olha e por fim, “É este”, “Boa escolha”, diz o cigano, que logo o agarra para o embrulhar, “Espere, deixe-me pensar melhor”, e a noite chega subitamente, com os pais a tremelicarem de frio e o cigano a ressonar um cansaço, quase junto ao meu ombro esquerdo.
Os infelizes, a escorrerem a vergonha no corpo, esbracejam impropérios para os sorridentes voadores, como se fossem fantoches a digladiarem-se na guerra. Eu, com os glúteos sentados num banco pensado pelo Siza, gargarejo gargalhadas que nem o mais feliz, quase agarrado ao descuido de um tombo.
Por fim, tudo evapora-se, ficando a monotonia dos gestos a namorar o presente e os bramidos de um cigano, que tenta vender bugigangas que lançam bolinhas de sabão para o ar. Num deles, talvez no mais sentido dos berros, uma criança lambe com o olhar o plástico colorido, agarrando-se na borda do carrinho metálico e dizendo, “Mãe, quero um”. Os pais travam a velocidade alucinante dos passos e espreitam-no de soslaio, “Está bem, escolhe um”. O pequeno infante olha, olha e por fim, “É este”, “Boa escolha”, diz o cigano, que logo o agarra para o embrulhar, “Espere, deixe-me pensar melhor”, e a noite chega subitamente, com os pais a tremelicarem de frio e o cigano a ressonar um cansaço, quase junto ao meu ombro esquerdo.
...traigo
ResponderEliminarsangre
de
la
tarde
herida
en
la
mano
y
una
vela
de
mi
corazón
para
invitarte
y
darte
este
alma
que
viene
para
compartir
contigo
tu
bello
blog
con
un
ramillete
de
oro
y
claveles
dentro...
desde mis
HORAS ROTAS
Y AULA DE PAZ
TE SIGO TU BLOG
CON saludos de la luna al
reflejarse en el mar de la
poesía...
AFECTUOSAMENTE
SILVIO
ESPERO SEAN DE VUESTRO AGRADO EL POST POETIZADO DE CACHORRO, FANTASMA DE LA OPERA, BLADE RUUNER Y CHOCOLATE.
José
Ramón...
Bom dia, caro Jose Ramon Santana Vazquez. Obrigado pelas tuas palavras...
ResponderEliminarabraço dos fortes,
Sílvio Silva