segunda-feira, 26 de novembro de 2012

GRITOS

Dois gritos invadem-me a garganta e obrigam-me a matar o silêncio. Por causa disso, os vizinhos acordam e perguntam-me se preciso de alguma coisa. Digo-lhes que não, usando as lágrimas, a calma e os dentes para modificar a voz. Mas a amizade diz-lhes que estou a mentir. Voltam então a perguntar. E eu volto a responder como respondi. Depois fujo. E aproveito a noite para me esconder numa toca, onde posso namorar a solidão e onde posso pedir ao céu um desejo.

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