Na cozinha vive-se a noite com indiferença, pois as panelas exigem dos olhos muita atenção. O gato, matreiro, dá uma marrada na porta de madeira e olha o vapor que sai do fogão. Depois lambe os beiços e mastiga um desejo, “Põe-te no carago! Não te quero ver a cheirar o que é meu”, o velho, de costas ligeiramente curvadas, faz da voz um martelo. O bicho, cabisbaixo, dá meia volta e pisa o chão da terra.
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