quinta-feira, 12 de julho de 2012

PAI

As lágrimas do meu pai empapam-lhe as curvas da “juventude”. Não diz velhice; não diz que o tempo é uma praga para o corpo. Diz apenas “juventude” quando fala dos velhos ou das traquinices que faz no café da esquina, onde param os amigos das patuscadas. Beijo-lhe a humidade e digo-lhe “parabéns”, entregando-lhe um embrulho, “O que andaste a tramar?”, “Abre”, é o que ele faz. Aos poucos, a palavra amo-te é desembrulhada.

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