segunda-feira, 30 de julho de 2012

O FIM

Os ponteiros do relógio avançam. Não há pausas nem hesitações na decisão de correr para o futuro, de encurtar a distância entre o agora e o daqui a pouco. E isso, para os nervos da flor, para o corpo que recebe o vestido branco com pérolas de amor, é um sacrilégio avassalador. Não é de estranhar, portanto, que os braços da noiva vociferam exigências e indicações para os convidados, para os funcionários: para os pobres homens que correm com pratos nas mãos. Os ponteiros do relógio avançam. São duas indicações que procuram a noite. E ela, a dançar ao ritmo do Emanuel, aparece ao fundo do dia. É então que a noiva, exausta mas feliz, beija os rostos cansados e abraça os ombros das crianças, como se indicasse que o próximo passo será aquele.

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