segunda-feira, 19 de março de 2012

DIA DO PAI


As rectas e as curvas das ruas estão carregadas de calor. O sol sabe que hoje é o dia do pai. O meu está ali, sentado na poltrona dos reis. Diz que estes dias foram feitos para concentrar beijos e mimos nas bochechas dos felizardos. Não lhe refuto. Sei que ele tem razão. Também gosto de os receber quando o calendário diz-me que faço anos. Sem delongas, porque estas coisas não devem dançar com as hesitações ou os desperdícios de tempo, atiro os lábios para o púlpito. A minha mãe, agarrada às madeiras da porta, fica com os beiços descaídos. Dou uma gargalhada e digo-lhe que os ventos do meu coração também chegam para ela.

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