segunda-feira, 13 de junho de 2011

IDENTIDADE


Na cidade, as trevas penteiam a anarquia das ruas, como se os seus dedos escavassem memórias na montanha agreste. Junto a um vale, uma manada de loucos resmungam brutalidades, recortando o silêncio com desprezo. Mas a luz dos deuses, essa casta dos sonhos, incendeia a cratera do mar, onde a perfeição namora com os sorrisos dos senhores, “Amor é fogo que arde sem se ver…”, “Não te esqueças da ferida, Camões”, “É ferida que dói, e não se sente…”, e a língua sem traquejo fórmula a vontade do povo: a identidade. E a cidade atira-se às luzes.

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