segunda-feira, 30 de maio de 2011

Máquinas


No centro da Praça, uma mulher grita para um amontoado de gente, “Deixem-se de politiquices, caros concidadãos. Vamos governar o país!”, o líder, um tipo franzino e alto, como se fosse uma árvore do saber, coloca-se defronte do povo, “Digo sempre não às propostas do governo”, “Este país está uma miséria”, “Digo sempre não às propostas do governo”, “Está na altura de sacudir os interesses dos bolsos”, “Digo sempre não às propostas do governo”, “Ó senhor, não sabe dizer outra coisa? Talvez algo mais construtivo!”, “Digo sempre não às propostas do governo”, a mulher sacode a cabeça e foge, mas é abordada por outro grupo, “Digo sempre sim às propostas do governo”, “Como vamos resolver os problemas do país, senhor? O povo está aflito!”, “Digo sempre sim às propostas do governo”, “Parecem máquinas”, e desaparece.

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