segunda-feira, 9 de maio de 2011

Decisões



Perto do horizonte, os galos acordam o dia com gritos desmesurados, como se fossem o trovão da ordem. Quase no mesmo instante, o rádio abana a minha mesa-de-cabeceira. Dou-lhe uma lambada no lombo, daquelas que faria doer a tua cara, e grito-lhe, “Que melga!”. Amedrontado, com as montanhas cheias de lágrimas, corta instantaneamente o grito da goela, “Assim está melhor”. Levanto-me e acendo a luz artificial. Estico depois os braços, numa anarquia irónica, e vou para a varanda, “Que bonito!”, e penso que não devo atrasar as minhas decisões, pois a vida é demasiado curta para a desperdiçar em hesitações.

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