segunda-feira, 23 de maio de 2011

Civismo


As cadeiras respiram as lufadas da manhã. Ao fundo, perto da máquina registadora, um sujeito espreme uma espinha enorme, que está implantada no centro do nariz, “Traz-me guardanapos, Silva. Estou cheio de sangue”, “Enojas os meus clientes com essa porcaria”, “O que é que queres? Tenho que fazer a limpeza da cara!”, do caixote metálico, o papel desaparece. Do lado oposto, uma coquete esburaca a noite das narinas, “Silva, preciso de papel”, “Ó gente, o civismo?”, “Guardanapos, Silva”, e quase todas as cadeiras gritam em simultâneo para o incauto.

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