sexta-feira, 25 de março de 2011

Sugestão


«O silêncio e a calma do deserto só eram interrompidos pelo chispar do seu isqueiro. Acendia-o e colocava-o em frente dos olhos esperando que o vento o apagasse. Quando o vento o apagava, voltava a acendê-lo e a chama elevava-se por um instante, vibrando na sua alaranjada transparência, até que a brisa o fazia desaparecer outra vez. “Talvez devesse comprar um cachimbo” – pensou Maurício, ‘“dizem que é uma boa maneira de deixar de fumar”. Isto era o que Maurício pensava. Entretanto, todo o deserto parecia estar à espera que o seu isqueiro ficasse sem gás.»

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