Estou com o corpo a baloiçar num centro comercial. Sinto-me estranho por isso, esquisito, com falta de ar, mas a obrigação leva-nos a cometer destas loucuras. Mas quando a preça de restauração se apresenta às minhas iris, alargo o beiço e os olhos, porque um sorriso namora com o meu rosto, "Senhor, ó senhor, diga-me uma coisa", e vejo um catraio a puxar-me o casaco, "Ó rufia ainda me vais estragar a preciosidade", e sigo para a cafetaria. O desconhecido persegue-me à distância, com as ventas a dançarem uma aflição, "Porque me segues?", pergunto-lhe subitamente, de dedo indicador direito em riste, "Já foi visitar algum país estrangeiro?", "Já, porquê?", "Não me queres contar como foi?", "E qual é o interesse?", "Se me contares com pormenores, é como se estivesse a visitá-lo", e arregalo a admiração.
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