O dia que parece noite sacode as gotas das nuvens como quem se liberta de uma grossa viscosidade. Estaciono o carro nos paralelos e voo para o abrigo do rectângulo. Sopro aí a humidade do casaco e olho o rio que atravessa a praça que nem gente, "Saem da frente, saem da frente", viro o corpo com um passo de dança desconhecido e salto para o lado quando dois gorilas de batas brancas ao pescoço empurram um moribundo sobre uma cama articulada, "Para morrer é preciso estar vivo", atira baixinho o desgraçado.
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