segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O silêncio amigo


O Setembro já pendurou nas videiras, lacrados no infinito, o olhar pardacento. Mas nas pedras, penteadas pelos braços do mar, ainda se sente o forno de Julho e os gritinhos dos infantes a chapinarem na água tépida, como se fossem ninfas a deambularem uma sedução.
Depois de os respirar com o olhar perscrutador, envio o detective para o areal. À minha frente, a uma distância de vários braços de anões, sugo um grupo que repousa sobre toalhas coloridas. Taciturnos, de olhitos a vigiarem a noite, as mãos dos novos escondem-se nas grutas quando um corpo amigo sacode a areia com a sua chegada. Entretanto, um aventureiro das palavras sopra-lhes com um “Bom dia”. O silêncio vira-lhe costas e adormece.

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