terça-feira, 27 de julho de 2010

Praia com tudo


No areal centenário, a contar pelas palavras dos historiadores, os guarda-sóis crescem como cogumelos, assim que o presente se transforma em memórias verdes, a crescerem dentro dos observadores que olham o bulício festivo nas varandas de pedra, que polvilham a fronteira do natural com o construído. Antes do crepúsculo perfurar o horizonte azulado, quase, quase, de mãos entrelaçadas com a dança das ondas, empurradas pelas lufadas que mais parecem sinfonias das antigas, a conquista do areal atinge o esgotamento de um amor a percorrer as entranhas do medo. E com a proximidade da desilusão, que fará derreter as partículas de alegria nos rostos sardentos, os sovacos dos banhistas cospem cheiros pestilentos para as uvas do vizinho, que as come com delícia, ao lado de nádegas gordurosas a verterem umas flatulências acumuladas pela digestão da feijoada, que a personagem comeu ao almoço.

Sem comentários:

Enviar um comentário