segunda-feira, 26 de julho de 2010

Para quem casou com a solidão


“Quem quer passar além do Bojador/ Tem que passar além da dor”, porque o infinito é uma bandeja que não mora nos possíveis. Todavia, quando um veemente pelo trabalho beija a sorte e lhe acaricia as lágrimas de júbilo, a sua altivez repugna os triviais com dentadas às coisas comuns, que tantos sorrisos lhes dão, como se fossem chicotes dos pais a rasgarem as ideias inovadoras dos filhos, sobre o negócio familiar. Na sequência desta vassourada, a mesa com bolos e velas, que formam palavras satisfeitas pelo resultado das horas envoltas na solidão, está taciturna e despegada de sentimentos, já que o amontoado das fotografias, com muitas caras a fitar o subjectivo, não compreendem a urgência e a necessidade do aplauso.
Dias depois, com o prémio a emoldurar uma parede caiada, o selvagem sobe o promontório, com passos muito certos e firmes. No cimo, os cabelos grisalhos saltam para a anarquia, desgrenhando-o agressivamente as ideias. Pouco depois, quando o dia passa a noite, o génio despido de convívio, a chorar, atira-se para a libertação, voando para as nuvens que lhe darão amor.

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