terça-feira, 1 de junho de 2010

O Sol e a Noite


Acordo. Olho para o deserto da noite e sinto-me preso num sufoco. Não gosto de comer essa fruta verde. Por isso, levanto-me com um impulso de atleta e procuro a luz como um mágico, porque o invisível é um nada que eu contorno facilmente. Talvez a minha experiência com as ruas do homem, calcorreadas até ao cansaço, obri...gue as janelas da solidão a mostrar-me as imagens vazias de amor.

Com a fatiota ainda a cheirar a novo, encolho os quadris numa esplanada de solitários, a comer com os olhos jornais com afirmações. Observo-os como se indagasse um movimento digno de registo. Mas o seu mundo é tão distante, tão perto das lágrimas, que não encontro mais do que desilusão.

De repente, do meu lado esquerdo, naquela escada coberta de anos, surgem neófitos a espernearem alegrias, que o céu pardacento dança uns sorrisos de sol assim que os vê.E no meio destas criaturas opostas, eu divido-me em dois, exactamente nas mesmas proporções, e sinto o mundo a cair-me em cima.

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