sexta-feira, 21 de maio de 2010

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Juan José Millás deslocou-se de Valência para Madrid com seis anos. Uma mudança que significou abandonar a luz e o calor do Mediterrâneo, para se instalar numa zona suburbana e obscura da capital, um marco fundamental da sua vida. A rua Canillas, naqueles tempos de casas baixas e escombros, é o cenário da infância e da adolescência de Millás, um cenário que transporta o leitor para o ambiente do pós-guerra, desvendando-se os segredos, as aventuras, os desejos e as esperanças do protagonista. Um amigo condenado a morrer, O primeiro amor, Um vizinho espião, O pai e a mãe, naquela rua tudo ganha uma dimensão diferente, as coisas adquirem uma qualidade mágica. Onde acaba a memória e começa a ficção? Esta é a realidade de um mundo, transformada em universo literário, uma autobiografia ficcionada- um livro imprescindível, belo e assombroso sobre o inevitável ofício de crescer.


Juan José Millás (Valência, 1946): Cedo muda para Madrid onde passará a maior parte da sua vida. Frequentou o curso de Filosofia e Letras, que veio a abandonar, desiludido com as limitações franquistas, dedicando-se a uma carreira administrativa que lhe proporcionasse tempo para escrever. É autor de romances como A Desordem do teu Nome, Assim Era a Solidão, Duas Mulheres em Praga e Laura e Júlio, entre outras, que o consagraram como um dos grandes escritores da actualidade. Desde as suas primeiras publicações, foi reconhecido pelo público e pela crítica, destacando-se os prémios Sésamo, Nadal e Primavera. A sua obra narrativa está traduzida em vinte e três línguas. É já na maturidade que Juan José Millás se dedica ao jornalismo. Cronista regular do diário El País, autor de reportagens e artigos em vários jornais, a sua prosa jornalística, várias vezes premiada, criou tantos apaixonados como a sua literatura. Numa escrita sempre psicanalítica e profunda, mas também viva na criação de ambientes, o autor criou uma obra ímpar, galardoada com o Prémio Planeta 2007 e o Prémio Nacional da Narrativa 2008. O Mundo chega agora aos leitores portugueses.

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