sábado, 5 de maio de 2012
DIABO
Agarro no casaco e saio de casa. Chove como se não houvesse amanhã. Abro o guarda-chuva e enfrento a intempérie. Ao pé da câmara escondo-me na arcada do museu que já fora uma escola, porque as lágrimas das nuvens formam um oceano nervoso e possessivo. Estou só. Do outro lado da praça, as fachadas estão taciturnas. Os rectângulos que as recortam estão despidos de caras coscuvilheiras. Só os ramos das árvores afogam a monotonia que abraça o contexto. Sorrio e murmuro: “Há sempre uma mão que nos recorda que a vida deve ser vivida com esperança”, guardo a frase na memória e saio da arcada para enfrentar com robustez a dificuldade imposta pelo diabo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Estava a precisar de ler esperança. a necessitar de harmonia. e quedo-me num texto que me deu paz. Gosto em lê-lo. A ver se não o perco, agora :-)
ResponderEliminarboa noite não me esqueças. obrigado pelas palavras. elas são a energia que preciso para continuar. ;)
ResponderEliminar