sexta-feira, 2 de março de 2012

NOITE

a noite caiu. abro a janela e meto a cabeça a espreitar a rua despida de vozes. parece que o navio do silêncio levou a algazarra do dia. encosto os cotovelos no parapeito e conto estórias às nuvens. é uma forma de me sentir acompanhado. mas o som dos sinos da igreja diz-me que os olhos já deviam de estar fechados. fecho o rectângulo e meto-me nos sonhos como quem beija uma fonte.

2 comentários:

  1. Que bom ter-te descoberto, Sílvio! Existe uma imensa beleza nos teus poemas ;)

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  2. os meus dedos são apenas ferramentas dos meus olhos, daniel ;)

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