sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

BOM NATAL


Tenho os pés dentro da água quente e as mãos e as costas embrulhadas em toalhas aquecidas. Pareço um velho. Mas as luzes da árvore de natal aquecem de jovialidades as minhas tripas constipadas. Sorrio e procuro o Vieira, que é um cão que me diz palavras, “Ó Vieira”, as patinhas aguçadas denunciam-lhe logo, “Estás bom?”, estica as patas traseiras, depois estica as patas dianteiras, e olha-me como quem faz perguntas, “Feliz Natal”, lentamente, a cauda deixa a inércia e desenha um sorriso, “Obrigado por seres tão bom!”, pousa a cabeça no meu regaço e adormece, “Por que é que o mundo não é assim?”, suspiro e olho para o rectângulo do computador, “Bom Natal”, digo-vos, dizendo-vos olá com as mãos.

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