quarta-feira, 23 de novembro de 2011

UPS!!!


Tenho vestido a saia dos nervos, porque os homens do gás pontapeiam o prédio como se fosse um inimigo. Levanto o nariz e atiro-me para a escuridão, “Dá-lhe com força”, “Tira-lhe as aranhas”, “Ela está a precisar”, encolho os olhos e aguço os ouvidos, “Com mais força”, “Não pares”, “Olha que jeitosa!”, visto-me e corro até à entrada, “Força, força, força”, alargo ao nervos e abro a porta, “Alto! Não lhe toquem, canalhas”, mas os homens do gás brincam com a bicicleta do vizinho, “Desculpem”, e fujo para as sombras.

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