terça-feira, 4 de outubro de 2011
TODAS AS NOITES
Todas as noites sonho com palavras, com frases e com textos; todas as noites procuro personificações, metáforas e ironias com dentes aguçados. E tudo isto serve apenas para pescar um peixe, que é maior do que todas as coisas, todas as vontades, todas as descobertas. Falo, como é óbvio, do sorriso imaculado. Essa coisa tão preciosa, tão singular, é a nossa única ejaculação perfeita, como se no mundo não houvesse mais tiros certeiros, como se no mundo não houvesse mais mar para além do horizonte. Todas as noites levo cadernos brancos para a cama. E todas as alvoradas acordo afogado em golos misteriosos, que a tinta preta me atira para os olhos.
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