segunda-feira, 10 de outubro de 2011

MARCAS


No empedrado estão passos do passado, que parecem traços da noite, “Traços da noite?”, não é bem traços, não é bem noite, é apenas marcas dos dentes, “Ah, agora percebi”, o filho do anzol desaparece para a sapiência empírica. Largo a camisa de Inverno e visto os beijos do Verão. Aí, com os punhos sobre as estórias, lembro-me que o empedrado estão marcas do inferno, marcas do diabo, “Do diabo?”, sorrio para a gaivota e digo-lhe suavemente, “Marcas dos inimigos; marcas da morte”. Levanto-me e adormeço como se procurasse o divino, como se procurasse o proprietário desta ideia.

2 comentários:

  1. manipulamos, com todas as ferramentas do saber, a utilidade dos nossos passos, dos nossos traços… “não é bem traços (…) é apenas marcas”. persistimos em acreditar que as angústias do passado, assim como as do presente, não se viveram em vão… esse esforço é-nos útil.

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  2. estou com os joelhos na terra e com as mãos no peito: é mesmo isso, patrícia ;)

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