quinta-feira, 29 de setembro de 2011

BUFOS NA RELVA


No exterior, três trabalhadores da relva conversam sobre a bola, enquanto as máquinas cospem desesperos para a monotonia, “O gajo é burro: apanhou o vermelho porque lhe apeteceu”, “Se eu gerisse aquela equipa, meu, o tipo ficava sem ordenado”, “Eu fazia o mesmo”, subitamente, na porta do céu, aparece uma mulher com um véu transparente, “Que loucura, pá! Aquilo é um golo de primeira!”, “Se ela fosse da minha equipa, eu aumentava-lhe certamente o ordenado”, e o trio maravilha cria primaveras no rosto. Porém, quando o homem atarracado abraça a anca sedutora, os homens procuram o desespero, “Ó mandriões, não vos pago para mexerem a língua”. Por causa daquele bufo, pouso a caneta na pedra e penso nas coincidências.

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