terça-feira, 20 de setembro de 2011

AMIGA DOS INSECTOS

Ao longe, um pequeno risco perfura a noite e as estrelas. Quase no mesmo instante, ouve-se um arroto dos deuses, que mais parece a fúria do mundo, “Ai Maria, a coisa ta feia”, “Coloca os teus braços no meu corpo, Manel. Estou com os dentes a tremer”, e forma-se uma bola imaculada. Depois dos beijos, os olhos olham para a chuva que embate nas vidraças. Subitamente, perto do celeiro, surge uma alcateia, “Coitados dos meninos! Eles devem estar com frio”, com um salto violento, a Maria abre a porta ao mundo como quem abre o coração ao outro.

2 comentários:

  1. tinhas razão...
    fechei o livro e fiquei pálida de espanto com a voz grave dos céus, com os murmurios que se deixam abrir ao mundo!

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  2. nem mais, patrícia...uma imagem rigorosa ;)

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