Ao fundo, as vindimas penteiam as costas da montanha, enquanto o vento acaricia os cachos e as folhas, que desenham perpendicularidades ao rio Douro. O somatório destas vírgulas constrói na minha voz uma palavra impossível: perfeição. Mas as excepções são manifestos da utopia, são manifestos dos sonhos, “Bebe vinho?”, pergunta-me uma mão, “Não, obrigado. Prefiro desenhar o dia na adega do meu cérebro?”, “O quê?”, “Nada, nada. Não bebo bebidas alcoólicas. Obrigado”, e o desconfiado olha-me com azedume, como se me achasse um louco da noite.
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