quinta-feira, 19 de maio de 2011

Os gestos da manhã


A manhã cresce sobre o horizonte montanhoso, enquanto os senhores dos galinheiros transformam o silêncio num arraial do Minho. Dentro do betão com janelas minúsculas, as máquinas famintas sacodem violentamente a letargia. Porém, alguns raios anárquicos chocam contra os defeitos, “Meu querido, pensas que sou tua empregada?”, “Vai-te catar, mulher. Tiraste o dia para me chatear, é?”, “Ó lingrinhas, agora a culpa é minha?”, “Mau, mau, mau, mau. Pensas que estás a falar para os teus amigos?”, “Olha, não me dirijas a palavra”, e ouve-se uma porta a gritar, “Sua vaca”, “Seu boi”, e o amor anda no ar.

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