quinta-feira, 14 de abril de 2011

A saliva dos golfinhos



“Tenho os olhos cansados e o corpo dorido; tenho a boca magoada e as mãos feridas. Mas o meu coração tropeça na lama e sorri, pois a silhueta do teu rosto e a montanha do teu nariz desponta-lhe no pensamento, como se o fogo dos sentimentos ardesse com o negrume do inferno. Agarro a ferida que não se vê e corro para os beijos dos golfinhos, que salivam conselhos muito acertados”, “E depois?”, o corpo velho cruza os braços e responde ao neto, “E nasceu o teu pai”, sorrindo como um cavaleiro sem medo, “Que golfinhos tão queridos!”, “Que netinho tão giro”, a abraçam-se com ternura.

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