domingo, 13 de março de 2011

Praça dos mortos


Embrulhado em nervos, deambulo na praça dos mortos. Está frio, mas ele não me corta os lábios, pois a minha consciência azeda-os com razões. Pouco depois, estaciono o desassossego num banco centenário e cravo o olhar nas rosas, “Volta para a tua terra”, diz-me um moribundo sem braços, “Mas lá não sinto felicidade”, “Não há nada mais bonito do que respirar. Fala a voz da experiência”, encarquilho o rosto e bebo a verdade. Quase no mesmo instante, abro as persianas e vejo o meu quarto com problemas, “Tudo se resolve”, e sorrio, saltando da cama.

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