A tarde repousa o cansaço numa nuvem pardacenta, que baloiça o medo no horizonte. No empedrado, o sossego é ensurdecedor, pois os transeuntes são apenas memórias. Pouco depois, viro à direita e subo uma rua estreita e cheia de sombras, que me leva até ao parque da cidade. E quando piso a relva fofa, vejo um cãozinho a mastigar um osso sobre o contentor do lixo. Encarquilho a emoção junto ao coração, mas antes de mover a vontade, um carro embate com violência no plástico, que o faz voar por entre as árvores, "Matei a bola de pulgas?", pergunta-me um bojudo da janela do veículo, "Era esse o objectivo?", "Claro, não gosto que me façam inveja", e alargo o olhar.
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