Na praça que mora o ditador, os nervos da magote evaporam-se com terror, formando longas nuvens sobre os prédios, "Canalha, vigarista", "Tenho aqui uma faca para ti, seu corja", mas da varanda presidencial o silêncio acena-nos com desprezo. Porém, quando o crepúsculo pinta o céu com sangue, o grande senhor abre as portas do púlpito, "Não gosto do que vejo, povo. E por isso, vou aplicar mais impostos sobre vós", e os pardais esvoaçam aflitos, "Meninos birrentos, vão para casa. Desapareçam", e desaparecemos, com os olhos nos bolsos.
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