A tarde está fria. Muito fria. Os miúdos, com os narizes a pingar viscosidades, correm e dão pontapés na bola sem cor. Ao lado deles, a magote abraçada a muita roupa escarra pensamentos iletrados sobre as eleições, "Vai ganhar, é certo", "Não sei, tenho as minhas dúvidas", "Olha que vai", "Olha que não", "Olha que vai", o bojudo no meio dos franzinos despenteia os nervos, "Deixem-se de paródias, caros companheiros. E vamos beijar os copos de tinto", e saliva para o chão.
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