Com os olhos inflamados de sono e com o cabelo a mordiscar a demência, abro a persiana do quarto. E quando a alvorada me barre o rosto com o creme do dia, vejo a praça abarrotada de cartazes e de vozes a declamarem exigências. Encarquilho a surpresa, vincando os vincos da idade, e sacudo o nevoeiro do olhar, “O roubo não pode continuar”, e vejo a frase a baloiçar sobre as cabeças aflitas, como se fossem lágrimas a brotarem da alma.
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