segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Gáudio


Por entre os mármores dos ricos e dos pobres, a magote pousa o olhar na fotografia desbotada, que abraça os ramos de flores de várias cores. No púlpito, entalado naquele promontório, o pároco lança palavras de esperança, como se o mundo não tivesse amanhã. Porém, alheio aos silêncios e aos paraísos, um indivíduo de tenra idade vocifera que nem o Diabo, exigindo a Deus que lhe devolva a sua mãe. Encarquilho o descontentamento e lanço-me para o corja, "Ele não te ouve, meu caro, porque estão todos no gáudio, a comemorar a nossa presença nas memórias".

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