terça-feira, 20 de abril de 2010

As Prioridades


A noite está muito escura, densa, como que deserta dos amores brilhantes que lhe acariciam o constante; as ruas são apenas silêncios que transbordam nas bermas. Mas os cafés estão cheios de cabeças erguidas para o rectângulo que dá imagens muito mexidas, sobre o manto verde coberto de riscas. Embora, de quando em quando, algumas delas evaporam-se para o interior afim de rezar por uma alegria. Que, por manobra de um mágico, acaba por surgir. E aí, o terramoto é uma lembrança muito ténue.
Por fim, os proprietários dos gritos descansam o corpo nas dívidas, perto da aflição quase surda das companheiras e no quarto ao lado dos filhos sem comida no estômago. Mas o problema é visto pela cegueira das imagens esverdeadas.

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