terça-feira, 27 de abril de 2010

As Portas do Infinito


Suponhamos que eu e tu estamos num infinito cheio de portas enegrecidas pela infusão, como se fossem pequenos mistérios a aliciarem-nos como mulheres. Será que a nossa natureza, já moldada a valores sociais, iria desembrulhar todos os presentes ou apenas contentar-se com a intenção individual? É uma pergunta pertinente para os egocentristas, que rejeitam a universalidade nas suas pessoas. Mas a resposta imediata deles namora com o erro de pormenor: somos o somatório de uma cidade, de uma rua, de uma família. E, portanto, somos todos produzidos de uma mesma massa. Embora com resquícios identitários nas nossas mentes.
Assim sendo, e sabendo que o silêncio do mistério obriga-nos a morder-lhe, as portas do infinito, nas nossas mãos, seriam mastigadas pela nossa aflição.

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