quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Confesso


Confesso que a noite não cospe alegrias nem produz sentimentos acolhedores no meu peito descalço de amores taciturnos. Confesso que a noite devia de ser abolida ou transformada em palavras carregadas de luzes, como se o dia as embalasse. Confesso que não gosto de apalpar a noite e de senti-la nos meus sonhos. Confesso que não sinto alegria quando ela me beija as pálpebras e me faz uma carícia no rosto, como um sorriso maligno a percorrer-lhe os sentimentos dos dentes, impregnados pela escuridão como podridão.
Confesso, meus amigos, que a palavra confesso já me enoja, já me atormenta, porque a loucura da inércia já me perdura em demasia!

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