quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Aconchego Da Luz


Afinal ainda sinto a felicidade a escorrer-me pelos lábios e a sujar-me a barba meio desgrenhada, meio esbranquiçada pela idade que me come, que me devora até às entranhas. E eu sorrio pelo seu atrevimento, pelo desrespeito à minha vontade, ao mesmo tempo que desato num choro adolescente, muito imaculado, muito agarrado à infantilidade, pelo musgo que a minha voz vai possuindo. Afinal nem tudo está perdido, nem tudo é uma ilusão, um abismo, uma morte prematura, nem tudo me agarra para o véu da cegueira eterna. Afinal ainda consigo sorrir, abraçar a felicidade. Afinal ainda encontro portas, que depois de abertas, dentro dos compartimentos, luzes de esperanças a novos respiros me beijam a pele áspera. E eu volto a viver.
E tu, já encontraste a tua luz?

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