segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O Rosto Que Não É Teu

O teclado solta um murmurinho suave, assim que os dedos borrifam nas teclas. E de imediato, no monitor coberto de papéis com notas, umas com interesse, outras nem tanto, surgem palavras, contendo ideias destorcidas da verdade, como se a personagem quisesse apresentar o seu heterónimo mais obscuro. Pouco depois, tudo cessa para deixar escorrer o texto. É um momento delicado, porque o actor percorre o deserto de outro país como se fosse o seu. E percorrido o calor, envia a mensagem sem medos.
Do outro lado dos fios, num outro monitor, a mensagem é aberta e é lida cuidadosamente por alguém que, pouco antes, tinha enviado palavras com rostos que também não são seus.

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