terça-feira, 22 de novembro de 2011
NO ADRO DOS ESTUDANTES
No adro dos estudantes, que é um espaço sem árvores, as vidas borrifam o ar com melodias desafinadas. Ao pé das capas pretas, um conjunto de garrafas vazias desenham a cara de uma mulher, “Ó meu amor, ó, meu amor, traz-me a tua chupeta. Lalalalala”, e a noite apodera-se das nuvens com uma vivacidade estonteante, “Lalalalala, ó meu amor, ó, meu amor, dá-me a tua boca”, na crista dos candeeiros, uma luz súbita inunda a escuridão, “Quero a tua boca, mulher. Não fujas”, pouco a pouco, as cabeças ébrias escondem o empedrado, enquanto os donos das varandas atiram mijo para os corvos.
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