quinta-feira, 18 de agosto de 2011

AMOR MASTIGADO


As pequenas ondas do mar acariciam-me os pés, que repousam sobre as costas das montanhas. Perto delas, algumas crianças com gritos nas bocas procuram peixes nas lágrimas do mar. Alheios a estes gemidos naturais, um rapaz mastiga os lábios de uma rapariga com a violência dos ansiosos, “Meu amor, minha paixão, és a alma do meu caixão”, “Hummm, meu touro assanhado”, e abraçam e apalpam os corpos apaixonados, “Casa comigo. Vamos construir o ninho numa nuvem elegante”, “Vamos”, e foram para a barraca do divórcio, porque ambos espreitam as privacidades dos desconhecidos.

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