quinta-feira, 24 de março de 2011

Fila de trânsito


Tenho os dedos a fervilhar maluquices. Talvez necessitem de respirar um pouco de sentimentos imaculados, que na língua negra da rua possam encontrar. Mas antes que uma nova especulação me percorra o pensamento, iço a massa inerte e atiro-a à vontade, “Saia da frente, velhinho”, po, po, po, po, “Ó mulher, mexa o coiro”, “Vai conversar com o carago, pá. Pensas que sou da tua laia?”, “Grande vaca, és cá uma assanhada!”, po, po, po, po, “Carregue no acelerador, velhinho”, arreganho os dentes e desato às gargalhadas.

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